A necessidade do toque


Essa história das horas iguais que fazem lembrar as pessoas de quem gostamos, é só uma desculpa para enviar mais uma mensagem, para ter mais um tema de conversa. Ninguém pensa na pessoa de quem gosta, só porque viu horas iguais. O que acontece é que quando gostamos, só há uma cara, um sorriso, uma voz, um olhar e um nome no nosso pensamento e, por vezes, por acaso, olha-se para o relógio e pumba, lá estão as horas iguais.
Quando estamos apaixonados e, por algum motivo, temos uma música, um cheiro, qualquer coisa que nos ligue à tal pessoa, aquela passa a ser a nossa música favorita, o odor que mais ansiamos sentir só para nos sentirmos mais perto daquele alguém. Tudo o que fazemos circula em torno de uma só pessoa, nem que isso seja inventar novas formas de o irritar, de o provocar, de o fazer agarrar-te mais, de o fazer barafustar, qualquer coisa serve desde que isso implique tê-lo em contacto contigo.
Amores platónicos são sublimes mas utópicos! Ninguém se contenta com o sorriso longe, com o olhar supostamente trocado ou com o beijo imaginado, sonhado (quer de dia, quer de noite), ninguém se contenta só com cenários pensados, idealizados por si e que podem nunca acontecer. Que se desenganem os poetas!
E isso das horas iguais é coisa de poeta, é coisa de quem precisa de pretextos para amar e quem ama, ama e pronto. Quem ama esquece motivos, razões, raciocínios e lógica. Quem ama, ama e pronto. Ama e pensa em quem ama, mais do que em tudo o resto, porque quando se ama, beijo é ciência e carinho obra prima.

Comentários