Água Fresca e Coração Quente... Com Açúcar






6h30. O despertador toca. 7h40. O autocarro não espera. 8h30. Se não estás, a porta fecha-se. 12h30. Já há fila na cantina. 15h. Os apontamentos não se passam sozinhos. 18h. Quantas páginas faltam estudar? 20h30. Ajuda-me a levantar a mesa. 22h. Falta formatar o trabalho. 23h50. Desisto. 00h00 Vou dormir.


(E se isto fosse uma música, nestes parêntesis estaria escrita a palavra "BIS" - e podia ser um BIS de Besta Insensível mas Sexy, mas não, seria só de repetição.)



Assim têm sido os últimos dias, tal e qual aquela imagem que se tem tornado viral no Facebook e que diz que tem x dias para salvar o semestre. Assim tem sido a minha vida. Este semestre, este ano passou a correr. Como diz a minha mãe, "mal tive tempo para me coçar". Só eu sei a quantidade de vezes que achei que ia perder a sanidade mental (a pouca que me ficou da AE no secundário e outras coisas mais dentro do género). Olhando bem, houve dias que pareceram ter 50 horas e semanas com trabalho que chegava para 20 dias. Tudo se fez. Mas algumas coisas perderam-se. Faltou-me tempo para anotar tudo o que me foi inspirando. Ler, só de fugida. Nem sei quantos cafés tenho pendentes e com quantas pessoas diferentes. Talvez tenha falhado a um ou dois compromissos. Perdi a pontualidade (e quanto isso me irrita!). Na verdade, até a minha asma andava a pedir descanso no ritmo respiratório.

Mas agora parei e, apesar de nem saber bem o que fazer aos dias, ainda estou no tempo de saborear a beleza de não fazer nada. Já fervilham novos projectos na minha cabeça. Todavia ainda é tempo de tirar tempo para saborear. 
Então nos próximos dias não se admirem se me virem de olhos fechados a sentir o vento na cara. Não estranhem quando me virem a sentir as energias da música brasileira. Será normal se verter uma lágrima por ver pessoas de quem gosto desfazerem-se num abraço. Já começo a dizer às pessoas que gosto delas. E só percebo o quão estou sensível quando vou apanhar um limão e dou comigo a sorrir e a pensar: Há quanto tempo eu não esticava o braço para colher uma fruta, ouvir o crrack quando ela se desprende, sentir a textura da casca na mão?


Há quanto tempo eu não vivia!

Comentários

Joana disse…
és tu, vírgula por vírgula. love you