Conhecimentos adquiridos
Eu, estudante de um curso de letras, dou por mim sentada num mini-anfiteatro a ter uma unidade curricular (que agora já não se pode dizer cadeira) denominada guionismo, que eu achava que ia ser extraordinária e afinal não foi assim tanto (mas isso dava outro texto), em que me falam da simpatia para com o anti-herói, ou seja, uma espécie de empatia e até identificação para com o vilão da história. Da primeira vez que ouvi isto achei que devia andar a ver os filmes errados ou então que não percebia nada disto e que nunca tinha sabido detectar o tal anti-herói. Qual não é o meu espanto quando ontem, no autocarro, com uma situação real e que se estava a passar ali, diante dos meus olhos, eu percebo exactamente o que se quer dizer com a tal expressão «simpatia para com o anti-herói». Entro no autocarro quase vazio. Sento-me no par de bancos imediatamente atrás da porta de saída. Está um calor abrasador e sei, pela minha experiência invernal, que as portas dos autocarros velhos ...