Girará o meu mundo ao contrário de todos os outros?

       Há uma altura na nossa vida em que começamos a tomar a real consciência das coisas... Nessa altura, percebemos que as pessoas raramente são o que mostram ser, que muito do que é dado de boa vontade trás intenções escondidas, que não devemos pôr as mãos no fogo por (quase) ninguém e que as grandes pessoas não apregoam sê-lo.
       A partir do momento em que tomamos consciência disto, achamos que não seremos mais levados por quimeras, que temos o controlo e que, a nós, nunca mais ninguém nos engana. O certo é que, ao mínimo descuido, somos apunhalados à retaguarda, traçam-nos a perna ou encaminham-nos ao abismo.
       Somos como jogadores de cabra cega, aos quais se vendam os olhos para que, em vãs buscas, encontrem o procurado. Sabemos que jogamos às escuras, que tudo são enigmas cujo código se perdeu. Custa-nos crer nisto, acreditar que nada se dá por garantido e que, a qualquer momento, o nosso mundo pode esvaziar. Se isto acontece, esse tal mundo nunca nos pertenceu!

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