dorme.

"Está fresco, mas não demasiado. Ouço os grilos, mas não incomodam. Tudo na medida certa..."


A noite já vai escura, hoje mais escura que as habituais noites de Verão Hoje as nuvens subiram ao trono e reinam (quase) implacáveis.
Não é uma noite sorridente, daquelas que passamos sentados na rua à conversa com os amigos. Mas também não é uma noite tiritante,daquelas em que só estamos bem fechados, debaixo de cobertores bem quentes. Nem é uma noite comilona, daquelas em que o jantar de família (de preferência, com a família mesmo toda) se prolonga horas e horas e é seguido de um café no varandim e gargalhadas sonantes. É mais uma daquelas noites só minhas: o pano de fundo é o puff preto e a noite escura, os efeitos sonoros são harmoniosamente elaborados por cães e grilos que têm como convidado especial o longínquo ronronar do comboio e a personagem principal? Descalça, sempre descalça.
Um dia, alguém me disse que quem escreve tem sempre uma história para contar e que, quando assim não for, mais vale calar a caneta. Não sei se é assim! Não me parece que conte uma história a cada linha que escrevo, a não ser que esse mesmo acto seja, a própria história.
Acho que cada um vê na escrita aquilo que quer. Tal como na noite... Há quem só veja trevas, medo, solidão e há quem veja (como eu) inspiração, uma certa doçura selvagem que o dia não conhece. Talvez a escrita também seja nutrida de significados múltiplos. Talvez, para uns, seja apenas o vazio em se despeja uma história e, para outros, seja o palco das mais belas e, quantas vezes, resguardadas emoções.
A história que hoje me atrevo a trazer-vos é esta: um pedaço de gente escrevendo a sua história!
Era uma vez... ISTO!

Comentários

Lia disse…
voltei para reler, está tão fantástico!