parecia sério.



AMIGO: que palavra (aparentemente) tão simples, que palavra (claramente) tão complexa.
Não que um amigo seja algo dúbio, dúbio é percebermos quem eles são, distinguirmo-los dos colegas, dos conhecidos, dos que só vão estando.

É estranho e deveras desconfortável perceber que podemos estar anos ao lado de alguém que nos tapa os olhos, que nos atira areia aos olhos, que finge (até para si próprio) ser aquilo que não é. E é por isto que as alturas de crise são tão boas, porque num aperto, não temos outra solução que não ser nós mesmos, sem virgulas, reticências ou interrogações; quando há problemas, mascararmo-nos é mais complicado, facilmente o disfarce cai e nos damos a conhecer.
É triste (extremamente triste) que seja preciso fracturar um ramo para perceber o quão podre é a árvore e o quão corrompida foi pelos bichos. Bichos como a inveja, a maldade, a malvadez, a falta de carácter... E essa podridão passa a ser, para nós, o rosto do tal (ex-)amigo. Depois de o vermos desta forma, dificilmente ele muda a imagem que temos dele, já nada mais conta e só por milagre as boas acções suportam tal degradação.

A confiança demora anos a construir, mas pode perder-se em minutos.

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