ficas a marinar...
Sinto-me como estivesse
permanentemente do lado errado da estrada, de uma estrada que tem sempre outro
lado… O semáforo está verde para os carros, espero… Carrego no botãozinho. Espero…
Fica verde para os peões, atravesso. Bolas, continuo do lado errado, mas como
para a frente é que é caminho e as estradas para atravessar não terminam, volto
a carregar no botão. Espero… Atravesso! E sinto-me novamente fora do sítio.
Nunca estou bem onde estou… Já estive! Agora já não estou… Falta-me o banco de
jardim partido que era sempre o mais confortável, podia esperar sentada que o
sinal ficasse verde. E, normalmente, até tinha companhia.
Hoje não, hoje o lado da estrada
é sempre errado, o caminho é sempre o oposto, a companhia quase nunca tarda
porque raramente chega e o banco de jardim fugiu… Pouco mais me resta que esperar…
Esperar que a Primavera traga os amores-perfeitos plantados no passeio e que o
Verão me devolva os sorrisos torrados de sol.
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