Sou um dilema (figura de estilo: personificação)



Acredito pouco num destino prévia e inevitavelmente traçado para cada um de nós, a propósito do qual não possamos decidir ou alterar o que quer que seja. Porém, os factos obrigam-me a acreditar que, muito provavelmente, alguns de nós nasceram com dons, com mais jeito que o normal para isto ou para aquilo, com mãos, ouvidos, voz ou qualquer outra coisa de fada, como é costume dizer-se. Há ainda aqueles que não tendo clara habilidade para nada em específico, conhecem categorias que, obviamente, não são a sua praia. E isso também se nota. Há os que nasceram para ser génios, para fazer música, para ser palhaços, para desenhar, para comunicar, para fazer as pessoas felizes. Depois há aqueles que, com certeza, não nasceram para o desporto, não foram feitos para cantar ou para falar em público. Nenhum se sobrepõe a qualquer outro, afinal sempre aprendi que devíamos preservar a biodiversidade. Apenas não damos todos para o mesmo e é isso que nos enriquece...
Eu, confesso, ainda não sei bem para o que é que nasci, para o que é que fui feita... Eu que era ás a matemática mas estou num curso de letras; eu, que segundo a minha professora de educação física, não tinha especial jeito em nenhum desporto mas me ia safando na maioria deles; eu que odiava física e química e agora dou por mim a ter saudades da tabela periódica; eu que nunca gostei muito de línguas e estou prestes a fazer da comunicação a minha vida; eu que me vejo a fazer mil e uma coisas, sabendo porém que nunca me sentirei realizada a fazer apenas uma delas... Eu não sei bem o que será, como será, onde será... No entanto, sei que hei-de ter nascido para alguma coisa e que nisso hei-de ser a melhor!


Ah! E depois há aqueles que não foram talhados para o amor...

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