Carta #3


Minha Querida C.

Cá estou eu, mais uma vez. A primeira vez que escrevi uma destas cartas, nunca pensei que isto se pudesse tornar recorrente, não mesmo... Achei que seria uma última carta mas, aos poucos, fui percebendo que para mim é importante falar contigo, mesmo que tu, desse lado, não ouças.
Ultimamente, tenho pensado muitas vezes sobre ti, mais precisamente sobre os sentimentos que vou nutrindo por ti. Isto, porque são coisas tão mas tão contraditórias. Se, por um lado, me irrita todos os teus gestos, morro de medo quando te aproximas do meu pessoal, da minha gente, não de medo que me roubes o lugar mas medo que lhes faças o que me fizeste a mim; por outro lado, sinto uma imensa mágoa em não te ter mais por perto, uma saudade enorme daquilo que podíamos ser. É terrível, absurdo e corrosivo!

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