Relíquia

Vigias, observas, conheces, espreitas, interrogas e concluis.

Tomas precauções, adquires o material e a coragem necessários.

Sonhas, divagas, duvidas.

Decides agir!

Numa noite tranquila e quente, ele saiu até à varanda. Queria sentir a brisa, contar as estrelas… Assim o fez, mas nem tudo ia correr como esperava. Ao cabo de alguns minutos, ouviu um barulho, mas não se preocupou, era algo comum. Qual não é o seu espanto quando vê, subir pela grade, a sua maior amiga. Ficou boquiaberto! E inquiriu «Que estás a fazer aqui? És louca!».

«Estava na cama, a pensar, a pensar e apareceste. Apercebi-me que não me lembro de te ter feito uma surpresa, de te ter oferecido uma flor, de gritar ao mundo o quanto significas ou simplesmente de relembrar as tuas alegres palavras quando estou sem alento para seguir. Pois bem, aqui estou eu para mostrar que te amo, que o apreço que tenho por ti alcança todas as barreiras! Estou aqui para ter a certeza que sabes o que és. Sei que não te deixo mensagens no Voice Mail quando não atendes, sei que não te colo post-it no ecrã do computador só para te relembrar o quanto gosto de ti, sei que não te visito frequentemente, sei que não te convido para jantar, sei tudo isso… Sei que para algumas pessoas da minha vida és um simples anónimo, sei que não partilho álbuns de fotografias, sei que não te peço opinião acerca do que visto ou do que calço, sei que não passo a vida a perguntar-te se estás bem, sei que não te telefono simplesmente para te dizer que te amo, sei que não te mando e-mails diariamente, sei. Não sou burra nem vivo em Marte. Sei que provavelmente muitos destes actos significariam bastante para ti ou talvez não… Talvez fosse só mais uma futilidade. De qualquer forma, estou aqui para te dizer que não me vou desculpar com a falta de tempo, pois para ti terei sempre paciência!».

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