Dia 1 - COMEÇAR

Começar: principiar, encetar.

1 de dezembro, o primeiro dia do último mês do ano, 24 dias até ao natal. Toda a gente conhece os célebres calendários do advento, verdade? Aposto que os vossos preferidos são aqueles que têm janelinhas com chocolates. Aposto também que nunca os cumpriram, que comeram os chocolates antes do tempo, que o vosso irmão vos roubou um ou dois… Numa das minhas passagens habituais pelo blog A Mãe é que Sabe, decidi fazer o meu próprio calendário de advento. Hoje, agora, aqui está ele a começar.
Natal é tempo de felicidade, de partilha, de alegria e de todos aqueles clichês que já sabemos de cor. Tenho alguma dificuldade em sentir-me diferente no Natal, dificuldade em ver aquela noite como a reunião da família. Percebo que isto seja incrível para aquelas pessoas que têm 20 primos com quem se reúnem em casa dos avós onde vão meia dúzia de vezes ao ano mas para mim que vivo ao lado dos meus avós, que tenho uma família pequenina com quem partilho refeições quase fim de semana sim, fim de semana sim, aquela noite é só mais uma, apenas com a diferença de que tem uma ementa específica, oferecemos presentes, gritamos “Diogo, pára com isso que a árvore cai-te em cima” e há mais sobremesas do que o costume. E desde já peço desculpa pela minha visão pouco romântica da noite de Natal.
Ainda assim, não deixo de achar piada ao espírito que se vive, às luzes, à alegria no rosto dos miúdos e graúdos quando vêem a árvore enfeitada e as músicas, oh as músicas… seguramente na lista das 10 melhores coisas do Natal. (Por esta altura já está tudo a achar que sou maluca). Uma outra coisa incrível no Natal (ainda que todos saibamos que devesse ser o ano inteiro) é o despertar de consciência das pessoas, a vontade que têm de se unir, de se solidarizar…
E com isto levanta-se-me (há uns tempos) uma questão: quando ajudamos os outros fazêmo-lo porque queremos ver as pessoas melhores ou porque nos sentimos bem ao ajudá-las? Afinal é uma questão altruísta ou egoísta? Longe de mim julgamentos, afinal é uma questão que também ponho a mim própria e nem sempre os motivos importam se o resultado final for o bem comum.

Pega num copo e enche-o de água. Quanto achas que pesa? Estica o braço com o copo na mão e mantém-te assim. O peso parece aumentar não é? Talvez isto seja a explicação para o peso que carregamos nos ombros o ano todo e para a busca desenfreada de ações que nos façam sentir melhor, no Natal. Todo o rancor, todas as zangas que ficaram por resolver, todos os insultos evitáveis mas não evitados, a má vontade, tudo isso está nesse copo e se a tua atitude permanecer, o copo vai pesar sempre mais. Estamos no fim do ano, mas para começar é uma altura tão boa como outra qualquer. Sabe que no Natal não precisas desse copo, e se no Natal não precisas, para que o queres no resto do ano? Hoje é dia de largar o copo!

Comentários