Dia 13 - ELETRIZAR
Eletrizar: entusiasmar.
Sou
daquelas pessoas em quem os fatores exteriores têm imensa influência.
Não sou uma pessoa otimista por natureza, pelo que tudo o que
se passa à minha volta mexe com o meu humor.
Detesto
que me acordem, mas adoro dormir com
a persiana aberta para ver o sol logo que abra os olhos. Acho que gosto tão
pouco do inverno por não ver sol todos os dias, por abrir a janela e o céu
estar cinza, por não ter de quase fechar os olhos pela claridade. O sol é, para
mim (e suponho que para mais uns quantos), uma fonte de energia incomparável.
Até pode estar frio, muito vento, mas desde que esteja sol, tudo o resto se
contorna.
Houve
uma noite em que desfilei num rio sob uma magnifica lua cheia (já vos disse que
sou fascinada com a lua cheia? Que converso com ela? Que lhe peço conselhos e
lhe peço que tome conta dos meus? É outra das coisas que me dá energia e eu
juro que não sou maluca!) e achei que nada podia bater aquilo, que seria o
melhor momento da semana, que tão cedo não ficaria maravilhada. Bastou dormir
sem teto,
na praia, e acordar mal o sol raiou, quando todos se queixavam do calor e do
facto de não conseguirem dormir, eu sabia que tinha ganho ali o meu dia. Não
preciso de muito mais que isto! Uma manhã de inverno com sol, um cachecol e um
bom livro. Uma tarde de verão, uns óculos de sol, numa esplanada, com uma cidra
fresca. Um amanhecer dentro da tenda, o abrir do fecho e a luz a ofuscar-me.
Noutra vida devo ter sido planta, porque
quase preciso de fazer fotossíntese. Sou um mono de praia, daqueles que chega,
estende a toalha e fica a torrar, ao sol, a absorver luz e calor. Vou virando,
tipo frango churrasco, e quando a coisa aquece demais, vou ao mar, dou um
mergulho e restabeleço a temperatura. E depois volto ao poiso.
Cada
um tem a sua forma de recarregar baterias, uma das minhas é o sol. Se for
aliado a um lenço ao peito e uma mochila às costas, melhor ainda. Hoje é dia de ligar à ficha.
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